Enquanto manejam terra e sementes, os participantes aprendem e vivenciam técnicas de plantio ecológico (sem venenos), adubo orgânico, cuidados com a saúde e o meio ambiente, culinária natural e sem desperdício, plantio e uso de plantas medicinais e economia solidária. Conceitos como agroecologia, agrofloresta e permacultura são desenvolvidos na prática.
A valorização da sabedoria e cultura populares, comuns entre os participantes, transforma os canteiros de horta comunitária em verdadeiros núcleos de interação social e cidadã. Há troca de experiências no trato com a terra, muita alegria e solidariedade entre as pessoas. Aquelas que necessitam, são encaminhadas aos programas sociais como Bolsa Família, Renda Cidadã, Banco de Alimentos de Embu, entre outros, e há participantes no Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (COMSEA). Assim o projeto está gerando multiplicadores para que deem continuidade às ações em suas comunidades e sejam cada vez mais cidadãos ativos, agentes de transformação e protagonistas sociais.
Por meio do cultivo em hortas comunitárias, o Colhendo Sustentabilidade incentiva a prática da agricultura urbana e periurbana (na periferia da cidade) pelas camadas de menor renda. Nelson Francisco de Souza, 54 anos, casado e pai de três filhos, participa das hortas comunitárias no Parque Rizzo há seis meses. Desempregado desde 2000, depois de três enfartes e duas angioplastias esse motorista morador do Jardim São Marcos há 48 anos está plantando, além de sementes, lições que ele fará com que floresçam no terreno de sua casa e, principalmente, do seu sítio de cinco alqueires (120 mil m²) em Juquiá (SP):
"Pretendo fazer uma plantação orgânica e uma agrofloresta e não quero que seja de modo inadequado. Por isso quero aplicar tudo o que estou aprendendo", afirma.
As principais lições, segundo ele, foram como fazer um canteiro instantâneo, a montagem da composteira (onde se processa o material orgânico para transformá-lo em adubo), e como prepará-la. O projeto contribui ainda para o desenvolvimento da agricultura familiar e o combate à fome e à miséria, temas essenciais quando se trata de desenvolvimento sustentável.
Iniciativa do Governo da Cidade de Embu das Artes através da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), o Colhendo Sustentabilidade tem patrocínio do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e execução técnica da Sociedade Ecológica Amigos de Embu (SEAE). As atividades são totalmente gratuitas.Lançado oficialmente em novembro de 2008, o Colhendo Sustentabilidade já envolveu mais de 130 pessoas.
As inscrições podem ser feitas nos próprios locais dos encontros: no Parque Rizzo (rua Alberto Giosa, 300 - Centro), às 2ªs-f e 4ªs-feiras, das 8 às 11h30; em Itatuba, no Centro de Controle de Zoonoses (estrada Velha de Cotia, 336), 3ªs-f e 6ªs-feiras, das 8h30 às 11h30. Informações pelo telefone 4704-5948.
Atualmente, em três sistemas produtivos agroecológicos - dois no bairro Itatuba e um no Parque do Lago Francisco Rizzo - participam efetivamente do projeto 40 famílias em dois encontros semanais em cada localidade. O objetivo do governo de Embu das Artes é difundir e ampliar as hortas comunitárias, tornando-as uma política pública do município e mostrando à população que a agricultura sustentável é o caminho para o verdadeiro desenvolvimento: equânime, justo e equilibrado.